terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Textos Finalistas da Olímpiada da Língua Portuguesa
O endereço abaixo leva vocês aos 38 textos finalistas de 2010,entretanto, antes leiam o da Renata que na minha opinião é o melhor:


http://escrevendo.cenpec.org.br/ecf/

Aluna: Renata Luiza Farinon
7ª série 2 matutino/Ensino Fundamental

OS TRILHOS DE MINHA VIDA
                Minha emocionante vida começou em Videira, onde nasci no ano de 1931. Meu nome é Paulo e desde pequeno sei o que é trabalho pesado, vendo meus pais o fazendo e depois  ajudando-os. Morávamos no trecho entre Gramado e Videira, nosso humilde lar ficava na “turma” _ local onde havia casas, depósitos e vagões que a empresa cedia aos seus funcionários no quilômetro 697.
                Todos os dias, numa rotina pouco comum nos dias de hoje, acordava cedo e ia para a aula, uma distância de dois quilômetros e meio que eu fazia a pé. Meu pai além de trabalhar na roça com minha mãe, trabalhava na estação ferroviária, o que me motivou a ser o que fui por toda a minha vida, cuidávamos do telégrafo, digo cuidávamos pois aprendia e ajudava. Esta não era minha única ocupação, pois, ao voltar da aula ajudava meus pais na lavoura; o que fazíamos toda tarde? Ficávamos no “cabo da enxada”, plantávamos milho e outros grãos. Praticamente tudo que tínhamos na mesa era produzido por nossas mãos, das poucas coisas que comprávamos, duas delas eram: café e açúcar. Para comprar algo era necessário fazer uma encomenda junto com as outras encomendas do pessoal da “turma”, estas eram enviadas pelo telégrafo _ e esperar até que nos fossem entregues pelo trem.
                O arroz precisava ser colocado no monjolo _ equipamento antigo movido à água usado para moer e descascar _ sendo batido e depois colocado na peneira para retirar a casca, e repetia-se o processo até que ficasse em condições de consumo. Outro equipamento era a “jorna” _ usada para moer milho e outros alimentos _ este era um instrumento de alta importância e tecnologia naquela época, mas comparado aos dias de hoje não tem utilidade. Depois da “jorna”? Apareceu o descascador e triturador de grãos movido a diesel, o que era uma diversão nos dias de chuva, sofrido, mas divertido, pois enquanto a chuva caia lá fora, trabalhávamos nele e a roça estava fora dos nossos planos.
                Naquela época não havia meios de comunicação como os de hoje (telefone, internet, celular, etc.) o principal era o telégrafo. Chegava em casa muito cansado, e tomava banho de rio ou de caneca, pois naquela época não havia chuveiro. Depois ia para a estação ferroviária aprender a operar o telégrafo, ou melhor, o manipulador de telégrafo, deveria aprender todo o alfabeto composto por “pontos e traços”, para poder enviar e receber mensagens, nessa época ainda não sabia que esta seria minha profissão. Tanto esforço e aprendizado resultaram no meu primeiro emprego em Barra do Pinheiro – Santa Catarina, entre as estações Avaí e Piratuba. Entrei na rede no dia 13 de dezembro de 1950, trabalhava na estrada de ferro denominada RVPR/SC (Rede viação Paraná / Santa Catarina).Por um bom tempo trabalhei nesta estação até que me mudei para Porto União – Santa Catarina,pois tinha que ir seguido para Curitiba e Porto União além de ser uma cidade de muitos recursos e de enorme beleza, era mais perto de lá.Entretanto foi aqui em Porto União que passei todo o resto de minha carreira de telegrafista e ainda moro com muito gosto, só sai daqui nas vezes em que fui designado para substituir telegrafistas que entravam em férias em outras localidades .Isto não fez com que minha rotina se tornasse chata, esses desafios eram me dados pela vida para que valorizasse meu trabalho.Operar o telégrafo era minha principal tarefa,que fazia com muita felicidade, recebendo e enviando informações, escrevendo tudo a lápis,pois não havia caneta esferográfica.A minha maior responsabilidade,na  qual nunca falhei, era dar o “pode”e evitar assim o encontro entre dois trens causando um acidente.
             O telégrafo foi meu trabalho durante muitos anos, só parei de trabalhar com ele quando surgiu aqui em Porto União e telefone a magneto, para substituí-lo, no dia 19 de setembro de 1969.Continuei utilizando o telefone a magneto até sair da rede isso ocorreu no dia 30 de outubro de 1983.
             Como lembrança, confeccionei um manipulador do telégrafo, menor do que o normal, fiz por saudade, pois tantas pessoas, tantas histórias,  passaram pela minha vida, e hoje, longe do movimento das estações, dos embarques e desembarques, das notícias, sinto-me sozinho e dentro de mim surge uma enorme vontade de recordar os velhos tempos, de ouvir e ver Porto União dos idos de 1960, então uso esse telégrafo, pergunto e respondo,converso comigo mesmo e recordo, não da maneira que era, mas o suficiente para lembrar como os trilhos de minha vida são repletos de boas lembranças.



 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Textos em Prosa virando Poesia
Esta magia pode ser vista nas poesias dos alunos da 6ª série 2, estudamos um texto sobre a vida de uma menina chamada Marina que mora em uma praia e ajuda os pais na lida com os peixes , texto com mescla de narração e descrição que serviu como inspiração para as poesias criadas pelos alunos, confira uma:


Vida Reunida
Eu moro em uma casa
em uma praia
numa vila de pescadores
vou para a escola mesmo que chuva caia

Quando volto da escola
vou ajudar os meus pais na venda
limpamos os peixes e vendemos
só depois que vem a renda.

Nas noites de festa
a vila reunida
em volta de uma fogueira
pensando na vida.

Comendo peixes assados
com o ritmo legal
com o som do violão
e as ondas no litoral.
(Rafael Masnik Anton)