quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Semana de 22

Semana da Arte Moderna: 
Diário

Lá estava eu em São Paulo, na “flor” da idade e ainda começando a vida, ano de 1922 que estava apenas começando mas que aguardava várias emoções; Fevereiro dizia o convite que tinha em mãos, seria a Semana da Arte Moderna intitulada como a tão esperada “Semana 22”, só sabíamos que era um grande evento e que surgiu com a ideia da independência cultural brasileira e neste evento estariam presentes grandes artistas da época, como Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Villa-Lobos, Oswald de Andrade entre outros destaques.
            Chegou o grande dia, Teatro Municipal lotado, todos ansiosos para descobrir a tal semana 22. Já na leitura de um poema de nome Os Sapos o clima mudou, o poema de Manuel Bandeira foi declamado por Ronald de Carvalho, ou melhor a tentativa do mesmo ser declamado, pois os presentes assim como eu, achamos ridículo de princípio, sem rimas, sem todo o “clima poético” e vaiamos sem dar a oportunidade de seu término. Mas os rompantes modernistas não pararam por aí, nesses três dias de eventos poderiam voltar a ocorrer. Dia 17 da Semana 22, esperava pela apresentação musical de Villa-Lobos, para minha surpresa e para os demais presentes, ele se apresentou calçando em um pé um sapato, e em outro um chinelo, como é de se esperar gerou revoltas e desentendimentos pois tudo acabou se originando por causa de um calo. Como desde o início, a semana estava incompreendida, fomos surpreendidos pela notícia de que Monteiro Lobato negou -se a participar do evento por ter ideias estrangeiras ou quem sabe temia que acabassem com o sentido das obras até então padronizadas, e assim encerrava-se a semana de 22.
            Após fechar o diário escrito a 94 anos por minha vó, tenho uma noção do quão incompreendida foi a Semana de Arte Moderna para a época, mas que mal se esperava que se  tornasse fundamental para a nossa cultura atual, tudo isso me levou a querer viajar no tempo para poder viver esta semana...

             Marciele Vergopolan dos Santos /3ª1 E.M / 2016
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terça-feira, 14 de maio de 2013

Asking for directions

Depois de um tempo fora do ar... com relação ao blog pelo menos, retorno com uma atividade de Inglês, Asking for directions desenvolvida com o 7º ano 2 M, diálogos criados, ensaios e gravações... vídeo montado, assistimos na sala e posto agora no blog:

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Textos selecionados para Olimpíada da Língua Portuguesa, Artigo de Opinião e Crônica


O Artigo de Opinião  "O Silêncio da Dor" de Eliane Vanessa  Colita  nos levou até a Etapa Semifinal em Belo Horizonte, e a crônica " Querido Barranco" de  Luiz Gustavo A. Pereira foi até a etapa estadual:



O silêncio da Dor
Situada no extremo norte do estado de Santa Catarina, Porto União é uma cidade que vem se desenvolvendo rapidamente. É comum vermos a construção de muitos edifícios, um grande terminal rodoviário foi finalizado, boas escolas com altos padrões de ensino, um lugar tranquilo, ótimo para se viver. Porém, um problema visível e grave rodeia a cidade, problema este que já faz parte da sociedade brasileira, mas não era comum aqui em Porto União: o problema inquietante da dependência química entre crianças e adolescentes.
Segundo dados do CAPS do município (Centro de Atenção Psicossocial) que realiza atividades de resgate para jovens que buscam tratamento para deixar o vício, o número é de três homens e duas mulheres entre 15 e 20 anos em tratamento no município, no momento. Um número baixíssimo que não indica a realidade de usuários nas ruas que sem dúvidas é centenas de vezes maior. O Sistema Único de Saúde (SUS) de Porto União não faz um controle específico de entrada de pacientes nessa faixa etária dependentes de álcool e drogas buscando atendimento; portanto, não se tem uma porcentagem exata de complicações pelo uso de entorpecentes entre jovens na cidade.
De acordo com a funcionária do CAPS, Sandra Martini de Lima, “é necessária uma campanha para que os jovens procurem o CAPS para tratar-se. Ressaltou ainda que a prevenção e o tratamento de crianças e adolescentes que usam algum tipo de entorpecente é muito complexo, pois na idade dos 12 aos 20, o jovem acha que “com ele nada vai acontecer”, que usando algumas vezes não se tornará dependente de droga. Outro agravante é a dificuldade de lidar com jovens no sentido de encontrar algo que chame sua atenção ou que os faça gostar do tratamento para não abandoná-lo, e também que não se deve culpá-los pela dependência”.
É lamentável ver nas ruas da cidade crianças com seu corpo ainda em formação manchando sua inocência e adolescentes deixando de frequentar a escola, destruindo o caminho, destruindo sonhos com as drogas, fato hoje comum nas ruas e clubes do município. A ajuda é necessária para que o futuro desses jovens não seja de dor com as diversas consequências que o uso das drogas causa.
Em primeiro lugar, é essencial a reestruturação familiar. Com a modernização da sociedade, os pais estão cada vez mais ausentes na vida dos filhos, não procuram saber se o filho vai bem na escola ou quais são as suas companhias. Muitas vezes, não dão ao menos um abraço ou a chance de uma conversa. Esse problema é nacional. Outros fatores são a falta de informações sobre o resultado do uso e a demora na procura por atendimento especializado.
Enfim, devemos mudar nosso pensamento, pois temos um grande problema. Mesmo vivendo em uma cidade pequena, é preciso enfrentá-lo, é preciso remover os obstáculos a nossa volta, fortalecer o diálogo. Assim, a população conhecerá os efeitos das drogas e os adolescentes terão armas para defender-se desse mal. Não devemos deixar que o silêncio dessas crianças e desses adolescentes ecoe em nossos ouvidos. ( Eliane Vanessa Colita aluna da 2ª série 4 da EEB Cel Cid Gonzaga- Porto União SC)
Querido barranco
Final de tarde em Porto União, o sinal significa que estamos livres da escola, o portão principal é nosso ponto de encontro. Todos reunidos partimos rapidamente em direção a nossas casas, apenas um breve oi, joga-se a mochila em cima da cama, tira-se o uniforme, veste-se o calção, chinelo e retira-se debaixo da cama a bola, velha, murcha, faltando alguns “gomos”, porém o mais importante é a diversão. Todos prontos subimos até o famoso barranco, um campinho de terra com duas traves de madeira e muitas histórias. Os dois times já separados fazem a bola rolar, dentre risos, gritos e gols, surgem algumas brigas, que servem apenas para deixar o jogo mais divertido. O que menos importa é o placar, o que vale é a diversão. Enquanto a gente joga nem percebe que o tempo passa, que o sol está se pondo e nosso tempo acabando. Quando o sol desaparece e a escuridão toma conta, paramos diante a impossibilidade de se ver a bola e assim por mais um dia a lua surge para dar apito final a nosso jogo. Vamos embora já com o pensamento no dia seguinte, não sabemos se amanhã as máquinas não terão invadido nosso querido barranco, pois os lotes estão todos vendidos então esse sim seria o apito final definitivo a este espaço que já divertiu três gerações. ( Luiz Gustavo A. Pereira)

Esperança - Mario Quintana





Poesia linda de Mario Quintana, ótima para reflexão nesse finalzinho de ano... Esperança...




Poema Recado
Antonio Gil Neto
Vivo desses dizeres,
Precisos, secos, tangíveis,
Versos do agora,
Cantigas que afloram,
Feito presentes, valias,
Quereres.
Pequenas alegrias,
Pequeninas,
Dançam bailarinas e se enlaçam
Na liquidez dos abraços.
Mas, há os feitos :
Exercícios da aprendizagem,
Jogos de busca,
Acalantos,
Linguagem.
O aventurar-se da viveza,
A inventiva,
Manobras de Arte,
Belezas.
Esses silêncios ásperos,
Encantos.
Tantos percalços,
E bons dias,
Idas e vindas,
Senões,
Vigílias. 
Ah, essas breves felicidades florescidas de pouco se ver!
Ah esses roteiros repetidos! 
Ligo as luzes coloridas desse dezembro.
Beijo o menino esculpido na mini manjedoura.
Há tantas luas por aqui,
Tantas rosas, águas e pedras,
Colibris.
Ouço chamados,
Timbres.
Sinto a flora obscura
E o tempo,
Seu frescor de frutos abertos.
Pressinto convites, insetos.
Me assombra o lumiar, a Natureza:
Andorinhas, arco-íris, borboletas.
A manga rosa, o limão, a gardênia
Os salmos, latidos, a incerteza,
Moscas,
A correnteza.
À margem das palavras,
Nós mesmos,
Feito frases de herança,
Raiz,
Esperança. 
Brilham em mim todos os dezembros.
Voarão para os janeiros,
Povoarão sonhos,
Cores livres, madrugada.
Brincarão novamente de ser,
Ou quase nada. 
Que amor é esse que paira sempre presente?
Que clamor é esse todo nosso,
Esparso de amores ausentes?
O que me iluminará depois da noite feliz
O que me guiará em promessas
Do que sempre quis? 
Ah, esse amor que brilha o ar,
Esse arfar, esse som,
Que nos respira, nos refaz a cada gesto nunca feito,
E esse afeto,
Enredado em cada peito,
Abraços, tons,
Em cada olhar de janeiro
Efeito de todos dezembros,
Tantos anos bons.
 Mas há os brilhos de abril,
As águas de março, as flores de maio,
De julho, o frio.
Há o sal das feridas,
O canto dos pássaros no morno das tardes,
Estrelas brincantes, crepúsculos em verões,
Há as vozes das folhas, os alardes,
Chuviscos, cheiro de sol e o que arde
Dos melões.
Um lampejo de infâncias, essa luz dominical.
Passárgadas, lugares,
Corações.
Nesses tempos natalinos esse poeminha para que  vocês se inspirem e também deixem suas palavras, seus versos recados.
Obrigado a cada um de vocês pela presença em olhares. Em palavras.
Feliz Natal!

http://escrevendo.cenpec.org.br/index.php?view=article&catid=4%3Ablog-do-gil&id=1093%3Agil-neto&option=com_content&Itemid=41

Semifinais Categoria Artigo de Opinião OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

No final de Novembro de 2012 estive em Belo Horizonte com a aluna Eliane Vanessa Colita para Semifinais da Olimpíada da Língua Portuguesa na categoria Artigo de Opinião, pela segunda vez vivi esta experiência incrível, em 2010 estive lá com a aluna Renata Farinon na categoria Memórias Literárias, um pouquinho disso tudo pode ser conferido no vídeo acima.

“Sou o primeiro cigarro que você traga pela manhã, o brigadeiro que fica preso no seu dente, o roxo da sua boca manchada por vinho, o suspiro mais longo do seu dia. Sou o copo de Coca-Cola que você tanto sacia, sou as manias mais bobas e os vícios que te satisfazem ou até mesmo a vontade deles. Sou o brilho dos seus olhos ao ver a beleza do dia pela janela e o jeito cabisbaixo como fica ao ver uma gota de chuva escorrendo pela mesma, sou o cheiro que têm a flor mais linda do jardim e os espinhos de uma rosa, o gelo da sua mão quando está frio e o calor que aquece seu coração e te faz tirar o moletom. Sou tortura e mansidão, sou anjo e demônio, sou lar e revolução. Sou o gosto melancólico de uma lágrima e o gosto amargo de um remédio, mas sei também ser a doçura do seu chocolate quente, e o crocante de uma bolacha gostosa. Sou a junção do seu medo de escuro com a coragem pra enfrentar o mundo, sou sonho e realidade caminhando lado a lado, sou o existente e o inexistente. Sou os pequenos gestos que passam despercebidos e os gritos de euforia ao mesmo tempo, sou o sorriso disfarçado entre um beijo e a mordida no pescoço que a gente dá sem controle da força. Sou o raio de sol que toca o seu rosto e a gota que se acumula e repentinamente cai de uma folha após a chuva. Sou aquele caminho longo que você precisa traçar e acaba pegando um atalho. Sou a curiosidade de ver algo antigo, e o arrependimento por ter ficado com ciúmes. Sou brisa leve e tempestade, mistura de loucura e sanidade, de cura e doença, de céu e inferno, de dia e noite, de lua e sol, de vida e morte, de praia e campo, de amor e ódio, de tudo e nada, enfim sou tudo isso ou só isso ou mais que isso, mas além de tudo, fui começo e agora… sou fim.”
(Lindo texto da Aluna — Fernanda Sarturi da 8ª2M publicado no Tumblr.)